Por muito tempo, o conceito de Startups esteve atrelado ao eixo Sul-Sudeste. Porém, atualmente existe um novo cenário. Apesar dos desafios, regiões como o Norte e o Nordeste têm desenvolvido um forte trabalho com ecossistemas de inovação. Os ecossistemas de inovação têm ganhado destaque na Amazônia, localidade com muitas possibilidades de mercado e interesse.
“Enquanto desafios, percebemos que as empresas não possuem uma cultura da inovação, ou seja, não têm tolerância ao erro. Sobre as oportunidades, se destaca uma característica única da região: os insumos da marca Amazônia. Acreditamos que o empreendedorismo e a inovação podem criar produtos únicos e de alto valor agregado”, frisa o gerente adjunto da Unidade de Soluções e Inovação do Sebrae no Pará, Renato Coelho.
“É vital que o empreendedor conheça fauna e flora do ecossistema de inovação, e de que forma esses entes podem ajudá-lo no seu desenvolvimento”, analisa Renato.
Renato destaca que é importante participar de programas de aprimoramento para atuar nesse segmento. “Programas de capacitação ajudam a minimizar as incertezas, pois utilizam metodologias consagradas para esse tipo de empreendimento. Atualmente, o Sebrae no Pará utiliza metodologias e ferramentas de startups no atendimento de novos projetos e empresas da área de Bioeconomia e de Negócios de Impacto socioambiental”, enfatiza.
Oportunidade
A Medbolso é uma Health Tech com foco em gestão de grupos e cooperativas médicas. As Health Tech são Startups voltadas para serviços tecnológicos na área da saúde. Adailton Lima, é um dos proprietários do negócio, que funciona dentro do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) do Guamá, no Espaço Inovação.
O empreendedor cita que o lema da startup é “menos burocracia e mais tempo para a medicina”, e que a MedBolso tem como objetivo tornar o processo dos profissionais da área da saúde menos burocrático e exaustivo.
“Trabalhamos com auxílio na gestão do serviço de saúde. A MedBolso faz toda a automação, como o agendamento de consultas e cirurgias, realização dos serviços e outros detalhes. Temos um Software em nuvem que auxilia grupos médicos, cooperativas, ou seja, quem presta serviços de saúde, para que a gestão dessa empresa seja a mais eficiente possível”, pontua Adailton.
O empresário conta como é trabalhar com o segmento na Amazônia. “Startup na Amazônia é um desafio por causa da distância dos mercados maiores, além disso, o volume de clientes locais não sustenta, aí precisamos buscar mercado fora. Mas, por outro lado, Belém tem uma mão de obra disponível, capacitada em tecnologia, não temos grandes dificuldades de contratação e a marca Amazônia é uma vantagem, mas não para usar sem propósito”, analisa.
Professor universitário em viés de se licenciar, Adailton já tinha experiência como empreendedor, mas hoje pretende investir no segmento de Startup e se dedicar aos projetos em andamento. O empreendedor explica que a formação acadêmica em Ciência da Computação auxilia na MedBolso, uma vez que o segmento trabalha bastante com a tecnologia, utiliza bastante de soluções inovadoras e acaba sendo natural a conciliação das duas atividades.
Adailton enfatiza a importância do Sebrae para o cenário das Startups paraenses. “O Sebrae foi um apoiador primordial para trazer eventos que já existiam no Brasil, como o Startup Weekend, em uma época em que a movimentação era pouca nesse segmento”, afirma o empreendedor, que fez o registro de marca da MedBolso com o apoio da instituição.