Agilidade e organização nos processos são benefícios na rotina de médicos graças ao uso da tecnologia. Há cinco anos, um aplicativo criado por uma startup paraense é utilizado por uma empresa de serviços de anestesia. Faturamento de cobranças, revisão de guias, escala de serviços, estão entre os suportes oferecidos aos profissionais da saúde através da ferramenta tecnológica. “Isso facilita porque o médico tem o aplicativo no celular e consegue visualizar onde ele vai estar, o horário direitinho, o aplicativo consegue avisar o médico com antecedência. Ele tem um campo também check-in, o médico chega em determinado local, e consegue fazer o registro e tem também o campo das consultas”, explica Lúcia Ferreira, supervisora de faturamento da empresa.
O app criado como solução para melhorar a organização de consultas, pagamentos e serviços médicos, é um exemplo prático do quanto a tecnologia é essencial e pode melhorar o cotidiano dos médicos. A ferramenta da empresa Medbolso, instalada no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá, PCT Guamá, atende profissionais que trabalham em cooperativas, hospitais e também de forma individual, comenta Adailton Magalhães, CEO da startup, “tem uma versão grátis, onde o médico pode ir lá, e ao invés de ficar usando caderno, agenda, planilha para ter aquele controle do que ele recebe no final do mês de diferentes fontes de pagamento”. A versão gratuita é uma fonte de relacionamento com os profissionais da saúde.
Tecnologia para educação, ciência para cadeia produtiva do cacau
Também do PCT Guamá, saiu outro aplicativo que ensina a teoria básica da geometria através de objetos do cotidiano. A ferramenta, voltada para educação, leva o usuário para o metaverso, um espaço digital onde a pessoa tem as mesmas sensações do mundo real, e foi desenvolvida pela empresa Inteceleri, residente do parque. O produto foi criado por uma equipe multidisciplinar e testado por três meses com alunos de duas instituições da rede pública: a Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará e a Escola de Ensino Técnico Dr. Celso Malcher, localizadas no bairro Terra Firme. “Tudo que é prático, que foge do tradicional, está fora da caixinha, é sempre um atrativo. Eu acho que essa é a função da tecnologia: mostrar toda potencialidade que essas estratégias podem trazer para o processo de ensino e aprendizagem”, afirma a professora Cleonice Dourado, que acompanhou os testes.
Além de tecnologia, o PCT tem ciência. Inúmeras pesquisas na cadeia produtiva do cacau, chocolate, açaí, mel, além da biotecnologia e dos processos para o desenvolvimento de novos produtos, são desenvolvidos pelo Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia, Cevacba, instalado no prédio inovação do parque. No espaço são feitas análises microbiológicas, padronização de produto, extração e purificação de compostos bioativos vegetais, análises sensoriais, teste de qualidade, entre outros serviços voltados para produtores e empresas paraenses, declara Jesus Souza, diretor técnico do centro.
“O laboratório trabalha com ciência e tecnologia, desenvolvimento e inovação, a partir disso buscamos valorizar os compostos bioativos vegetais presentes na Amazônia. Sabemos que a Amazônia possui uma biodiversidade, ela precisa ser conhecida e valorizada, afinal a bioeconomia é isso: buscar a valorização dos compostos da floresta, mantendo-a em pé”. Jesus Souza – diretor técnico do Centro de Ciência e Tecnologia.
De pesquisas realizadas no laboratório do Cevacba, uma película alimentar foi desenvolvida, a partir de cascas de frutas, para proteger e aumentar o tempo de conservação desses alimentos. Os estudos foram primordiais para criação do produto que, após liberação das licenças para fabricação e venda, estarão disponíveis no mercado. “Hoje a gente usufrui de serviços que o Cevacba oferece, desde próprio espaço de produção para empresas produzirem em escala piloto, tem o controle de qualidade de alimentos, onde em resumo a gente consegue ver o decaimento microbiológico, os valores nutricionais dos alimentos, então a gente faz essas análises no laboratório”, reforça Jonas Cunha, diretor da micro empresa.
Parque gera estímulo à pesquisa científica
Outubro é o mês da ciência e tecnologia e inovações, e O PCT Guamá, vinculado ao governo do Estado, através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), e administrado pela Fundação Guamá, é um ambiente de estímulo à pesquisa científica, soluções tecnológicas e ao empreendedorismo inovador com foco na sustentabilidade e conexão entre instituições de ensino e mercado.
O complexo possui parcerias com organizações públicas, empresariais, startups e projetos coletivos, por meio da produção de estudos aplicados, prestação de serviços e transferência de tecnologia. Um espaço de cooperação e aprendizado em rede, com mais de 80 iniciativas em seu ecossistema. Atualmente, 30 empresas estão instaladas no parque, 42 associadas, e 14 laboratórios especializados em áreas como: Biotecnologia, biodiversidade, energia, agricultura e alimentação, química, sanidade animal e tecnologia da informação e comunicação, estão instalados no parque.